Para começar, vamos entender de forma simples e objetiva o que é uma holding. O termo “holding” origina-se do inglês “to hold”, que corresponde a “controlar” no contexto dos negócios. Ou seja, uma holding é uma empresa que tem como principal objetivo controlar outras, por meio da posse de ações ou quotas dessas empresas.
A princípio, a holding pode ser vista como uma espécie de empresa central que possui participação majoritária ou influência significativa sobre as empresas subsidiárias, que são controladas pela “central”.
Dessa forma, essa estrutura possibilita que a holding gerencie e coordene as atividades das subsidiárias, além de concentrar a tomada de decisões e otimizar a gestão dos recursos. Desse modo, o papel principal da holding é organizar a estrutura de capital e promover o crescimento do negócio.
Como funciona a gestão das subsidiárias de uma holding
As holdings são como um guarda-chuva que abrigam diversas subsidiárias de diferentes nichos de atuação, mas é comum que a gestão das operações seja feita individualmente e de forma independente. Isso porque a responsabilidade da holding está relacionada somente com o fato de ser sócia majoritária e possuir influência sobre determinadas decisões.
Dessa forma, a gestão das subsidiárias pode acontecer de forma independente, ao acompanhar as atividades administrativas diárias. No entanto, tudo depende da administração e porte da empresa e da holding, por isso, é algo que pode variar bastante.
Como funciona uma holding na prática?
Agora que já conhecemos o funcionamento básico de uma holding, vamos explorar os diferentes tipos de holdings que existem no mercado.
As holdings podem ser puras ou mistas e têm diversas subclasses, a depender do tipo de atividade executada pela sociedade gestora matriz. Sendo assim, elas são classificadas de acordo com suas particularidades, atividades e nicho de atuação.
Resumidamente, as holdings buscam para o portfólio companhias de médio a grande porte, pertencentes aos mais variados setores da economia. Vamos conhecer alguns tipos agora:
Holding pura
A holding pura possui uma atuação simplificada, focando apenas na participação do capital social de outras empresas. Sendo comuns no mercado, suas receitas vêm exclusivamente de dividendos das subsidiárias.
Holding mista
A holding mista, além de investir em participação societária, também realiza atividades empresariais. Assim, possui duas fontes de receita: dividendos das subsidiárias e atividades secundárias.
Holding patrimonial
Como o próprio nome sugere, a holding patrimonial é aquela que administra os bens da companhia de forma exclusiva. Portanto, seu objetivo é centralizar a gestão dos bens, obter benefícios fiscais e facilitar a administração.
Holding administrativa
Uma holding administrativa é uma entidade que possui e gerencia várias empresas subsidiárias. O principal objetivo dessa estrutura é centralizar a gestão e otimizar a eficiência operacional das empresas controladas. Isso é feito por meio da implementação de estratégias e práticas administrativas eficazes, que são desenvolvidas e executadas por especialistas em gestão empresarial experientes.
Holding de controle
Esse tipo de holding é aquele que foca em gerir completamente as empresas subsidiárias. Dessa forma, as empresas se tornam sócias majoritárias das outras empresas – na maior parte das vezes – e são responsáveis pelas decisões e pela administração.
Holding de participação
O caso da holding de participação, se trata de uma empresa que busca comprar participações societárias de forma minoritária. Assim, elas adquirem ações de empresas de capital aberto e não atuam com a gestão desses negócios. Por isso, são holdings que não demandam uma estrutura robusta e as receitas são compostas por ações e dividendos.
Holding familiar
O modelo de holding familiar é o tipo de negócio que foca diretamente na gestão de bens próprios e por administradores de uma mesma parentela. Assim, nesse contexto, um grupo de familiares pode gerir um ou mais negócios, todos atrelados à mesma família.
5 vantagens das holdings
As holdings podem trazer diversas vantagens, tanto para as empresas controladoras quanto para as subsidiárias. Dessa forma, algumas delas incluem:
1. Centralização da gestão
A holding permite centralizar a tomada de decisões e a gestão dos recursos, o que pode levar a uma maior eficiência e otimização dos processos.
2.Economia de escala
Ao unir várias empresas sob uma mesma holding, é possível obter economias de escala, reduzindo custos e aumentando a competitividade. Isso porque não existe a necessidade de investir em estruturas expressivas, uma vez que uma única holding pode controlar diversas subsidiárias, que atuam em diferentes frentes do mercado.
3. Proteção patrimonial
A opção patrimonial e familiar pode ser utilizada como instrumento de proteção do patrimônio, evitando a diluição dos bens e facilitando a sucessão familiar. Por isso, também vale a pena dizer que as holdings são preferidas no mercado financeiro devido a proteção do patrimônio e melhor administração de riscos.
4. Diversificação de investimentos e otimização da administração
A holding permite diversificar os investimentos, já que a empresa-matriz pode controlar empresas de diferentes setores e segmentos. Portanto, podemos citar benefícios como:
- Ampliar a carteira de investimentos;
- Carga tributária reduzida e maior facilidade de declarar os impostos;
- Planejamentos sucessórios de gestores é facilitado;
- Ampliação de ganhos com a autonomia das decisões;
- Melhor administração do patrimônio familiar;
- Possibilidade de ter múltiplas subsidiárias.
5. Subsidiárias legalmente separadas
Por fim, mais uma vantagem da holding é a possibilidade de separar legalmente as subsidiárias, para reduzir a exposição aos riscos. Dessa forma, em caso de problemas mais graves nas subsidiárias, os impactos à holding serão reduzidos e contornáveis.
3 desvantagens e riscos associados às holdings
Por outro lado, nem tudo são flores no mundo das holdings. Existem também algumas desvantagens, como a possibilidade de exploração das subsidiárias com tomadas de decisão que favoreçam a holding, gerando impacto em outros acionistas.
Dessa forma, outro ponto de atenção é a possibilidade de crimes e fraudes nas subsidiárias por parte da holding. Então, é imprescindível contar com uma gestão contábil dedicada e conhecedora de como esse modelo de negócio funciona para garantir a regularidade e evitar problemas, que podem afetar os bons resultados. Além disso, outras desvantagens (administráveis) são:
1. Complexidade na gestão: A estrutura de uma holding pode ser complexa e exigir uma gestão mais sofisticada, o que pode ser um desafio para algumas empresas.
2. Conflitos de interesse: Pode haver conflitos de interesse entre a holding e as subsidiárias, especialmente se a empresa-matriz possuir atividades operacionais próprias (holding mista).
3. Custos e burocracia: A criação e manutenção de uma holding podem envolver custos e burocracia adicionais, como a necessidade de elaborar demonstrações financeiras consolidadas e cumprir com obrigações fiscais regulatórias específicas.
Exemplos de holdings no Brasil e no mundo
Agora que você já sabe mais sobre o universo das holdings, vamos conhecer alguns exemplos, começando pelas opções nacionais. A Itaúsa, por exemplo, atua controlando outras empresas, como a Alpargatas e o Itaú-Unibanco.
Além da Itaúsa, que administra grandes marcas nacionais e participa do capital social, outra holding conhecida é a J&F. Essa companhia controla diversas subsidiárias, como a JBS, PicPay, Eldorado Brasil, Canal Rural, Banco Original e outras marcas.E não podemos deixar de mencionar alguns exemplos de holdings internacionais, como a Alphabet, holding que controla empresas como o Google, Calico, Capital G e muitas outras.
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